A comunidade científica vem se debruçando há mais de um ano a estudar sobre o novo coronavírus. Atualmente, uma gama de pesquisas vem sendo realizadas com o intuito de compreender os comprometimentos deixados nos pacientes que testaram positivo para o vírus.
Considerando que os principais acometimentos apresentados estão relacionados a disfunção pulmonar, como dispneia, além de fadiga e dores articulares, a necessidade da Fisioterapia tem sido cada vez mais destacada na literatura científica, tendo em vista que o Fisioterapeuta tem atuado de forma direta tanto na fase aguda da doença, como no pós alta.
Pensando nisso, a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – Suprema está realizando o Projeto de Extensão “Teleconsulta e Telemonitoramento a pacientes que tiveram Covid-19”, que oferece atendimento fisioterapêutico àqueles que foram acometidos por essa doença. De acordo com a supervisora do projeto, professora e fisioterapeuta, Ana Paula Ferreira, o “objetivo central é oferecer Teleconsulta e Telemonitoramento aos pacientes que apresentam a síndrome pós -Covid, em especial, para aqueles que ficaram um período hospitalizados”. Vale ressaltar que também é ofertado o atendimento àqueles que não precisaram de internação.
Todos os teleatendimentos são realizados por acadêmicos, atualmente 15 estudantes, do 7º e 8º períodos do curso de Fisioterapia, sob supervisão da professora. As teleconsultas e o telemonitoramento são feitos através de chamadas de vídeo no aplicativo WhatsApp. Os exercícios são prescritos após avaliação feita de cada paciente e duram cerca de 40 minutos, tempo médio da consulta. Os estudantes elaboraram, ainda, uma cartilha que auxilia na continuidade no tratamento nos dias em que não há atendimento virtual. No momento, oito pacientes vêm recebendo o acompanhamento.
O feedback dos estudantes tem sido positivo, já que essa é uma forma de terem contato com uma realidade que, a partir de agora, irá se tornar frequente no cotidiano. É o que relata o acadêmico do 8º período de Fisioterapia, Yuri Kopke: “o que temos percebido é que o impacto na sociedade pós-Covid tem sido muito efetivo. As pessoas vêm sendo receptivas, mesmo que seja por teleatendimento. Por mais que o projeto se torne limitado, não tendo um local físico para execução dos exercícios sob supervisão, o telemonitoramento tem se mostrado eficaz para auxiliar na melhora da clínica desses pacientes. Muitos relatam melhora significativa da falta de ar no dia-a-dia. Além disso, eles conseguem evoluir no exercício sem apresentar dispneia. A resposta ao exercício tem sido positiva. “
Ana Paula Ferreira ainda ressalta que “além de oferecer Fisioterapia Respiratória e Cardiovascular, a instituição oferece humanização a essas pessoas”. Ela percebe que o simples fato dos pacientes sentirem que estão recebendo atenção, cuidado e carinho, altera a forma de lidar com o processo de recuperação. Outro ponto, destacado por Kopke, é a importância desse acolhimento para a reabilitação. “É uma nova área de atuação para que possamos ajudar as pessoas, mesmo que a distância. Elas nem sempre vão ter condições de chegar até você. E isso nos dá uma nova ótica, não só dentro da fisioterapia, mas sobre como intervir naquele paciente com redução de mobilidade, no paciente neurofuncional que não pode sair da casa, e em outros que estão recolhidos em sua casa”, afirma o estudante.
Podem participar do projeto aqueles que tiveram alta da doença, que necessitaram de internação e, principalmente os que apresentam sintomas pós-Covid. É importante frisar que, pacientes com risco cardiovascular ou outra complicação que impeça o telemonitoramento, serão somente orientados sob os cuidados que devem ser tomados. Para se cadastrar no projeto, que é feito de forma gratuita, basta ligar para os telefones 2101-5091, 2101-5015 ou enviar um e-mail projetodeextensaoreabcovid@suprema.edu.br
